Nicola
Desde muito pequeno, Jaime Nicola de Oliveira (Quipapá, Pernambuco - 1959), o mestre Nicola, tinha com clareza oque queria na vida: ser um artista conhecido. Nascido no município de Quipapá, Zona da Mata Sul do Estado, no dia 18 de janeiro de 1959, começou a trilhar, ainda na adolescência, o caminho que o levaria a ser um escultor consagrado. Vem morar no Recife aos sete anos de idade.
Aos 12 anos, entalhava na madeira desenhos copiados dos livros escolares e, aos 17 anos, tomou a decisão definitiva de se dedicar exclusivamente à arte. Autodidata, Nicola é escultor que tem como marcas o apuro estético e o domínio técnico nas mais diversas matérias-primas, como a madeira, a pedra calcária, o granito, a pedra sabão, o concreto e o marfim. Modestamente, rejeita o título de mestre por se considerar um operário da escultura. Ao longo das últimas quatro décadas, Nicola explorou várias temáticas (por anos transitou pelo regional), mas foi o barroco, notadamente o mineiro (e a obra de Aleijadinho), o estilo que o influenciou fortemente em parte, pelo fato de ter nascido e crescido em uma família católica apostólica romana praticante.
Nos anos 1970, a dramaticidade dos movimentos e a exuberância das formas que marcam a escola barroca, estimularam as buscas do jovem escultor. “Como não tive mestres, os trabalhos foram fluindo naturalmente, à base de pesquisas, idas à igrejas e museus onde observava os movimentos dos mantos, as expressões dos rostos. Voltava para casa e tentava aplicar na madeira tudo que captava” recorda.
Artista superlativo, Nicola é autor de uma obra escultórica sacra singular, preenchida por anjos, santos e cabeças, estas, em referência criativa aos ex-votos (ofertas destinadas pelos fiéis aos santos por graças alcançadas).Lida com madeira (jaqueira, sucupira) e descobriu a pedra calcária casualmente durante uma viagem à praia de Ponta de Pedras (Goiana), ao se deparar com o descarte de uma obra de construção. “Comecei a trabalhar com ela pela dificuldade de se encontrar madeira porque na época o Ibama tinha intensificado a fiscalização.
É bem mais fácil esculpir na pedra, que não tem os nós e as fibras da madeira, sendo possível aproveitar bem seu desenho natural”. Suas peças, trabalhadas em escala surpreendente miniaturas (camafeus) do tamanho de uma unha até cabeças com um metro de altura integram acervos e coleções particulares em todo o mundo. Artista premiado, já participou de inúmeros eventos de arte nacionais e internacionais e desde 2010 Nicola integra a galeria dos mestres artesãos de Pernambuco
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