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Santídio Pereira

Desde a infância, Santídio Pereira (Isaías Coelho, Piauí - 1996) esteve imerso no mundo artístico, participando ativamente das atividades promovidas pelo Instituto Acaia em São Paulo, onde teve a oportunidade de explorar a Xilogravura sob a orientação do professor Fabrício Lopes. Sua jornada educacional incluiu estudos em História da Arte com o renomado crítico e curador Rodrigo Naves, que também foi responsável pela curadoria de sua primeira exposição individual na Galeria Estação em 2016. Com uma graduação em Artes Visuais pela FAAP, em São Paulo, Santídio direcionou sua pesquisa para a análise do aspecto cultural e iconográfico que permeia suas paixões, bem como para a materialidade das cores, explorando ambos os elementos como potenciais expressivos em sua linguagem artística.

A incursão de Santídio na xilogravura transcendeu os limites tradicionais dessa técnica, conferindo-lhe uma sofisticação contemporânea através de processos aprimorados e uma abordagem original. Sua investigação contínua nesta arte permitiu-lhe desenvolver métodos de trabalho inovadores e desafiar conceitos estabelecidos pela história da arte. Para Santídio, a xilogravura não se resume simplesmente à entalhação de uma matriz de madeira, como dita a técnica convencional. Em vez disso, ele concebe um "objeto-obra" que não só serve para imprimir a gravura, mas também é em si uma obra de arte. Esses objetos são criados por meio de recortes, incisões e encaixes de madeira em formas que permitem a composição final da gravura. Esta abordagem também permite a exploração das possibilidades cromáticas através das tintas.

Além de seu envolvimento com a xilogravura, Santídio mergulhou no mundo da pintura, que se tornou um campo vasto de experimentação formal em sua prática artística. As propriedades das tintas, principalmente offset e guache, permitem ao artista explorar a materialidade das cores. Enquanto a tinta offset, à base de óleo, proporciona um brilho intenso e exige processos mais elaborados, o guache, à base de água, oferece a flexibilidade de controlar a diluição das tintas através do pincel, resultando em efeitos mais sutis.

Os diversos biomas brasileiros, como a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado e a Amazônia, combinados com a experiência pessoal do artista, agora alimentam seus principais interesses de pesquisa. A riqueza de formas e cores encontradas na natureza durante suas viagens e experiências se refletem em suas obras, que apresentam uma variedade de plantas, como as bromélias, e paisagens, como os morros, cuja tridimensionalidade permite que Santídio explore as nuances cromáticas de forma mais evidente.

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